Publicado em: 17/04/2025
Após a revelação da modelo, empresária e influencer Yasmin Brunet sobre o tratamento para o Lipedema, aumentou-se a procura sobre o assunto, principalmente de mulheres com problemas parecidos. As docentes dos cursos de Medicina e Nutrição da Universidade de Araraquara- Uniara, Mariana Carvalho de Oliveira e Angélica de Moraes Manço Rubiatti, respectivamente, trazem orientações e dicas para quem sofre com essa doença crônica.
Mariana explica que “o lipedema é uma doença crônica que afeta aproximadamente 10% das mulheres, e é caracterizada por um depósito aumentado e anormal de gordura em áreas específicas como coxas, quadris, nádegas, tornozelos e braços, poupando as mãos e os pés”. “Este tipo de acúmulo de gordura excessiva tem um aspecto de nódulos subcutâneos, ocasionando uma dificuldade na circulação local, edema, manchas roxas recorrentes (hematomas), dor e sensação de peso, maior sensibilidade e dor ao toque nas regiões afetadas, principalmente nas pernas”, afirma.
“Embora todas as causas do aparecimento ainda não estejam bem definidas, sabe-se que existe uma grande predisposição genética e que seu aparecimento é fortemente influenciado por oscilações hormonais, especialmente o estrogênio. Pode acometer todas as idades, sendo mais comum em fases que envolvem estas flutuações hormonais, como puberdade, primeira metade da vida adulta, podendo exacerbar na primeira metade da vida adulta e até no climatério”, alerta a docente.
Ela conta também que “o lipedema não tem cura, mas alguns estudos mais recentes têm demonstrado avanços no conhecimento, principalmente em relação aos tratamentos na tentativa de aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida”. “Medidas como controle e redução de peso, alimentação balanceada, evitando-se consumo abusivo de açúcar e sódio, ultra processados, ter uma boa hidratação, exercício físico cinco vezes na semana e drenagem linfática são fundamentais para evitar sua progressão. Em alguns casos estão indicados procedimentos cirúrgicos. É importante tomar cuidado, pois ainda faltam evidências científicas que apoiem a segurança e a eficácia de alguns tratamentos mais intervencionistas, e por isso um médico sempre deve ser consultado”, afirma Mariana.
De acordo com Angélica, “o tratamento demanda cuidados com a alimentação, perda de peso, no caso de pacientes com obesidade, exercícios físicos regulares e de baixo impacto, exercícios aquáticos, caminhada e ioga, massagem manual para diminuir o inchaço e a dor, terapias de compressão e abordagens fisioterapêuticas”. “O lipedema não tem cura, mas o tratamento pode dar ao paciente mais qualidade de vida e menos sintomas desagradáveis. A orientação nutricional é essencial no manejo do lipedema, tendo um impacto direto na capacidade dos pacientes de gerenciar o peso e otimizar a saúde geral. As dietas balanceadas e saudáveis podem ajudar a reduzir a inflamação sistêmica e os sintomas associados, além de potencialmente aumentar a eficácia de outras intervenções terapêuticas”, comenta.
“Recomenda-se uma alimentação anti-inflamatória, com as seguintes características: ter uma alimentação mais saudável e natural possível; consumir diariamente frutas, verduras, legumes, sementes e oleaginosas; ingerir dois litros ou mais de água por dia; preferir carnes brancas e magras e alimentos do grupo do leite desnatados; evitar refrigerantes, sucos açucarados, doces, bebidas alcoólicas, frituras, salgadinhos de pacote, biscoitos em geral, carnes gordurosas, suplementação de cúrcuma e ômega-3, por serem anti-inflamatórios, mas com recomendação médica ou do nutricionista”, alerta.
Angélica lembra que “a adequação dos níveis de vitamina D pode desempenhar um papel no alívio dos sintomas e na prevenção de complicações associadas à condição”. “Esta vitamina auxilia no sistema imunológico e no processo de inflamação, sendo frequentemente encontrada em níveis deficientes em mulheres com lipedema. Este ano, foi elaborado o Primeiro Consenso Brasileiro de Lipedema, um passo fundamental na melhoria do diagnóstico e tratamento desta doença, destacando a necessidade contínua de pesquisa e desenvolvimento de estratégias mais eficazes”, finaliza.
Informações sobre os cursos da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.
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